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[FILME] KISS OF THE DAMNED (2012)

terça-feira, 30 de outubro de 2018.

Seduzida pelo escritor Paolo (Milo Ventimiglia, de Autópsia de um crime), a vampira Djuna (Joséphine de La Baume) não resiste à paixão recíproca, entregando-se ao rapaz depois de muito hesitar e revelar sua natureza condenada, tal como é representada no título do filme. A partir daí desenvolve-se uma ardente relação romântica entre eles, com Paolo cedendo à tentação de tornar-se ele também um vampiro para passar a eternidade com sua amada. Posteriormente, Djuna apresenta Paolo ao círculo de amigos dela, o qual se compõe basicamente de um grupo de vampiros “civilizados” supervisionados por Xenia (Anna Mouglalis). Paolo não encontra dificuldades ao lidar com esses vampiros que são, aliás, muito receptivos; o problema está na chegada repentina de Mimi (Roxane Mesquida), irmã de Djuna. Mimi também é uma vampira mas, ao contrário da irmã, que é culta, discreta e tem algum senso de moralidade, ela é o oposto, revelando-se perigosa e maligna, disposta a infernizar a vida de Djuna e pôr em risco toda a comunidade vampírica.
          Apesar de bem menos conhecido do que Amantes eternos (Only lovers left alive), de 2013, Kiss of the damned (com o título nacional genérico O beijo do vampiro) apresenta muitas similaridades com o filme de Jim Jarmusch, desde o tom gótico e melancólico que remete ao estilo de Fome de viver (comentado AQUI) até a trama central do casal de amantes vampiros atormentado pela irmã inconsequente e indiscreta da protagonista. Porém, particularmente considero Kiss of the damned mais ágil e menos contemplativo do que Amantes eternos, que achei francamente arrastado e cansativo, embora seja de fato melhor em termos técnicos.
          O vampirismo é tratado aqui numa perspectiva que concilia o tradicionalismo da mitologia (com vampiros que evocam sensualidade, queimam ao sol e têm presas) com elementos “modernos”, como o fato de que eles podem sobreviver ingerindo somente sangue animal (se optarem por esse estilo de vida) e são despojados da maioria dos “superpoderes” convencionais: eles não hipnotizam, não voam e com certeza não se transformam em morcegos.
          Dirigido por Xan Cassavetes, Kiss of the damned possui alguns méritos que valem a conferida; a fotografia é muito boa e a trilha sonora é bastante evolvente, contribuindo para a imersão do espectador naquela atmosfera de sedução e morte. Além disso, a produção abre espaço para algumas discussões relevantes no seu contexto, como culpa, redenção e moral.

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