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[FILME] VAN HELSING: O CAÇADOR DE MONSTROS (Van Helsing, 2004)

sexta-feira, 13 de setembro de 2019.

Uma multidão enfurecida, armada com foices e tochas, dirige-se ao castelo de Victor Frankenstein (Samuel West), que a essa altura vibra de felicidade por ter conseguido dar vida à sua criatura abominável. Entretanto, a alegria de Victor dura pouco, pois ali está ninguém menos que Drácula (Richard Roxburgh), que financiou as experiências do cientista e tem intenções pouco humanitárias para a criatura. O conde vampiro pretende usar o monstro de Frankenstein como “bateria” para dar vida a sua numerosa prole de sanguessugas alados em miniatura. Para impedir que este plano grotesco tenha êxito, entra em cena Van Helsing (Hugh Jackman), um experiente caçador de monstros incumbido pelo Vaticano de eliminar as ameaças sobrenaturais que assolam o mundo. Acompanhado do seu fiel escudeiro, frade Carl (David Wenham), Van Helsing parte para a Transilvânia, onde se reúne a Anna Valerious (Kate Beckinsale), descendente de uma antiga família amaldiçoada pela existência de Drácula.
Esta é, em resumo, a trama de Van Helsing, filme que não é exatamente sobre vampiros, mas que os coloca como elemento central numa verdadeira salada de referências aos antigos filmes de monstros da Universal. Aqui há espaço não só para Drácula e Frankenstein, mas também para lobisomens e até mesmo Jekyll/Hyde do clássico O médico e o monstro.
Nos quesitos técnicos, Van Helsing é um filme que não decepciona: fotografia, figurinos, maquiagem e efeitos especiais são realmente dignos de uma superprodução. O problema, na minha opinião, é que toda essa beleza visual cobrou um alto preço: história. A direção e roteiro são de Stephen Sommers, o mesmo responsável pelos dois primeiros filmes da trilogia A Múmia (1999 e 2001). Porém, considero aqueles filmes muito mais sólidos, originais e interessantes, principalmente porque as histórias são bem amarradas – o que eu acho o mais importante em qualquer trama de aventura com elementos de fantasia.
O roteiro de Van Helsing é frágil e cheio de furos, desde as motivações de Drácula até a resolução do grande enigma sobre a localização de seu esconderijo e a forma de destruí-lo. Além disso, o filme apresenta algumas caracterizações de gosto duvidoso, como o Mr. Hyde parecendo o incrível Hulk, o Drácula muito afetado e – o único grande erro do CG – a versão monstruosa dele que aparece no confronto final do filme. Aquele morcegão ficou mais tosco do que o Escorpião Rei que desperta no fim de O retorno da Múmia. O próprio Van Helsing não tem nada daquele velhinho altamente instruído nas ciências ocultas que aparece no livro de Bram Stoker; contudo, isso é perdoável, já que aqui ele nem se chama Abraham, mas Gabriel, algo que pode ser considerado uma saída criativa do diretor e roteirista para a reinvenção do personagem. Seja como for, o fato é que este não é um dos filmes que apresentam Drácula em sua melhor forma.

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