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[FILME] DRÁCULA 2000 (Dracula 2000, 2000)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019.

Como o título indica, Drácula 2000 traz o imortal personagem de Bram Stoker para o novo milênio, fazendo-o despertar nos dias atuais (considerando o ano da produção), em busca de sangue, sexo... e um amor que é literalmente parte de si. A história se passa entre Londres e Nova Orleans – cenários clássicos para os vampiros de Stoker e Rice, respectivamente. O filme começa com a chegada fatídica do Demeter a Londres em 1897; há um avanço para o ano 2000 e acompanhamos um assalto minuciosamente orquestrado por ladrões hábeis em driblar segurança eletrônica. Eles invadem a loja de antiguidades de Van Helsing (Christopher Plummer) e encontram um caixão de prata hermeticamente lacrado e trancafiado num cofre nos subterrâneos da loja. Acreditando ser onde estão guardados os pertences mais valiosos do proprietário, eles levam o caixão e acabam inadvertidamente abrindo-o, libertando – e alimentando – novamente o poderoso vampiro, aqui interpretado por Gerard Butler. Drácula parte então para a América, movido por uma fixação pela humana Mary (Justine Waddell), com quem compartilha uma estranha ligação mental. Cabe a Van Helsing, acompanhado de seu incrédulo assistente Simon (Jonny Lee Miller) a missão de impedir que o vampiro concretize seus planos.
          Apesar de não ser uma adaptação direta, este filme, dirigido por Patrick Lussier, faz várias referências ao livro Drácula: além da óbvia presença de Van Helsing – que diz ser descendente do personagem original – sua loja tem o nome Carfax; Drácula transforma especificamente três mulheres, que se comportam como suas “noivas”; ele pode se transformar em lobo e morcego; a mocinha do filme trabalha e mora com uma amiga chamada Lucy e uma das vampiras é tratada por um certo Dr. Seward. Por sua vez, a perseguição de Drácula a Mary lembra a fixação apaixonada do personagem por Mina no filme de Coppola (comentado AQUI).
          Em relação à mitologia vampírica tratada neste filme, vemos que os vampiros não têm reflexos, podem escalar paredes, dar grandes saltos, seduzir, são sensíveis a prata, queimam ao sol e temem crucifixos (a menos que sejam ateus, como é explicado “na prática”); quanto às formas de matá-los, a regra da estaca no coração continua válida, mas é preferível a decapitação.
         Um ponto original nessa produção é a ideia de explorar a identidade de Drácula, o que tem o duplo efeito de buscar uma nova origem para o mito e, consequentemente, uma justificativa para as suas maiores fraquezas aqui: símbolos cristãos, prata e luz solar. Associar o vampirismo a uma maldição infligida a um personagem bíblico é uma ideia realmente interessante e plausível.

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