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[FILME] 2019: O ANO DA EXTINÇÃO (Daybreakers, 2010)

terça-feira, 31 de dezembro de 2019.
Em um futuro alarmantemente próximo, os vampiros saíram das sombras e vivem abertamente na sociedade antes dominada pelos seres humanos. Porém, longe de estabelecer uma coexistência mais ou menos pacífica na busca de direitos civis básicos, como proposto na série True Blood, aqui os vampiros optaram por seguir sua natureza predatória, como em The Strain, estabelecendo-se no topo da cadeia alimentar e tratando os humanos como mero gado.
Quase dez anos depois do início da epidemia vampírica, estamos em 2019 e é aqui que o subtítulo nacional se explica: devido à excessiva caça e exploração dos seres humanos em indústrias de drenagem e processamento de sangue em larga escala, a população humana da Terra se reduziu tão drasticamente que está a ponto de se extinguir, o que, consequentemente, também significa a extinção dos vampiros por falta de alimento. O tempo é curto e a necessidade por mais sangue é urgente, pois a falta dele provoca mutações grotescas nos vampiros, transformando-os numa subespécie animalesca e irracional. Para tentar reverter este problema, empresas como a de Charles Bromley (Sam Neill) trabalham no desenvolvimento de um sangue sintético que possa suprir as necessidades vampíricas (ao menos por tempo suficiente para que a humanidade se reproduza até voltar a ser o prato principal e genuíno). Entre os cientistas que trabalham incansavelmente na criação deste sangue artificial está Edward Dalton (Ethan Hawke), hematologista e vampiro “abstêmio” que está mais preocupado em salvar os últimos seres humanos do que atender à sede da sua raça. Ao se deparar com um pequeno grupo de humanos fugitivos, Edward descobre a possibilidade de uma solução para o problema vampírico que pode ser muito mais eficaz que o sangue sintético (cuja produção, aliás, tem fracassado até então).
          Dos filmes que surgiram durante a fase dos “vampiros na moda” (2008 a 2012), 2019: O ano da extinção é o meu preferido. Acho a abordagem dos irmãos Spierig original dentro de uma temática que estava se arrastando em melosismo romântico. Neste filme há espaço para uma sátira sobre o consumismo (propaganda de tratamento clareador dental, túneis exclusivos e veículos especialmente desenvolvidos para a elite dos dentuços), crítica social e, de forma análoga, ainda denuncia o predatismo humano sobre os animais.
Nos aspectos visuais este filme também me agradou muito por terem optado pelo gore prático nos momentos sangrentos (porque CGI em filme de vampiros é broxante). A representação dos vampiros é bem básica: olhos dourados e presas salientes permanentemente. Porém, a maquiagem dos vampiros mutantes merece destaque: parecem monstros saídos da cabeça do Guillermo del Toro. Outro ponto que achei interessante foi a “desglamourização” dos vampiros, ao representá-los sem os poderes de super-heróis comumente associados a eles: neste filme eles não voam, não têm super força e nem super velocidade. De vampiros Marvel basta o Blade. 

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