Em um
futuro alarmantemente próximo, os vampiros saíram das sombras e vivem
abertamente na sociedade antes dominada pelos seres humanos. Porém, longe de
estabelecer uma coexistência mais ou menos pacífica na busca de direitos civis
básicos, como proposto na série True Blood, aqui os vampiros optaram por seguir sua
natureza predatória, como em The Strain, estabelecendo-se no topo da cadeia alimentar e
tratando os humanos como mero gado.
Quase
dez anos depois do início da epidemia vampírica, estamos em 2019 e é aqui que o
subtítulo nacional se explica: devido à excessiva caça e exploração dos seres
humanos em indústrias de drenagem e processamento de sangue em larga escala, a
população humana da Terra se reduziu tão drasticamente que está a ponto de se
extinguir, o que, consequentemente, também significa a extinção dos vampiros
por falta de alimento. O tempo é curto e a necessidade por mais sangue é
urgente, pois a falta dele provoca mutações grotescas nos vampiros, transformando-os
numa subespécie animalesca e irracional. Para tentar reverter este problema,
empresas como a de Charles Bromley (Sam Neill) trabalham no desenvolvimento de
um sangue sintético que possa suprir as necessidades vampíricas (ao menos por
tempo suficiente para que a humanidade se reproduza até voltar a ser o prato
principal e genuíno). Entre os cientistas que trabalham incansavelmente na
criação deste sangue artificial está Edward Dalton (Ethan Hawke), hematologista
e vampiro “abstêmio” que está mais preocupado em salvar os últimos seres
humanos do que atender à sede da sua raça. Ao se deparar com um pequeno grupo
de humanos fugitivos, Edward descobre a possibilidade de uma solução para o
problema vampírico que pode ser muito mais eficaz que o sangue sintético (cuja
produção, aliás, tem fracassado até então).
Dos filmes
que surgiram durante a fase dos “vampiros na moda” (2008 a 2012), 2019: O ano
da extinção é o meu preferido. Acho a abordagem dos irmãos Spierig original
dentro de uma temática que estava se arrastando em melosismo romântico. Neste
filme há espaço para uma sátira sobre o consumismo (propaganda de tratamento
clareador dental, túneis exclusivos e veículos especialmente desenvolvidos para
a elite dos dentuços), crítica social e, de forma análoga, ainda denuncia o
predatismo humano sobre os animais.
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