Não se ignora que a figura
moderna do vampiro foi claramente influenciada pelo "imortal" Drácula
de Bram Stoker, representante exponencial das chamadas narrativas góticas
europeias, que tiveram destaque no século XIX. Mais tarde, já na segunda metade
do século XX, foi a vez de Anne Rice reinventar o gênero (mantendo, entretanto,
suas características básicas) ao lançar suas Crônicas Vampirescas. Contudo,
antes mesmo de Bram Stoker houve uma obra relativamente modesta, em termos de
extensão, mas de uma riqueza e beleza narrativas extraordinariamente sólidas: "Carmilla",
de J. Sheridan Le Fanu.
A obra lançou as bases literárias nas quais a maioria das produções vampirescas (ao menos aquelas dignas de nota) se inspiraria, inclusive o próprio Drácula. Antes de "Carmilla" o vampiro era um personagem pouco conhecido na literatura, mas bastante presente na mitologia e no folclore das regiões remotas da Europa. Foi justamente nessa mitologia que o autor se inspirou para esboçar sua personagem, acrescendo elementos que se tornariam icônicos na literatura vampírica, como o erotismo, a força sexual e a beleza (elementos tais que são amplamente abordados nas obras de Anne Rice, por exemplo).
Narrado em primeira pessoa por uma moça que conhece Carmilla em estranhas circunstâncias e passa alguns dias em sua companhia, a narrativa de Le Fanu possui os ingredientes clássicos de uma história gótica: há o castelo medieval situado em uma região remota numa floresta, há os pesadelos e a misteriosa doença que passam a assolar Laura (a narradora) após conhecer Carmilla, há o personagem espectral que some no ar e se transforma em um "animal grande e negro", há as clássicas mordidas que acontecem em meio a delírios que trazem dúvida sobre o que é realidade e o que é sonho; há, por fim, de modo sutil, o discurso de bem e mal, com o vampiro simbolizando as forças das trevas que precisam ser destruídas.
A narrativa é simples e direta, de modo que o texto parece uma novela curta dividida em pequenos capítulos. Não há floreios linguísticos nem adjetivação abundante ou qualquer outro recurso que eventualmente poderia ser utilizado para esticar a história e enrolar o leitor. Evitar excessos parece ter sido a intenção fundamental do autor ao escrever "Carmilla". E faz isso com louvor.
A obra lançou as bases literárias nas quais a maioria das produções vampirescas (ao menos aquelas dignas de nota) se inspiraria, inclusive o próprio Drácula. Antes de "Carmilla" o vampiro era um personagem pouco conhecido na literatura, mas bastante presente na mitologia e no folclore das regiões remotas da Europa. Foi justamente nessa mitologia que o autor se inspirou para esboçar sua personagem, acrescendo elementos que se tornariam icônicos na literatura vampírica, como o erotismo, a força sexual e a beleza (elementos tais que são amplamente abordados nas obras de Anne Rice, por exemplo).
Narrado em primeira pessoa por uma moça que conhece Carmilla em estranhas circunstâncias e passa alguns dias em sua companhia, a narrativa de Le Fanu possui os ingredientes clássicos de uma história gótica: há o castelo medieval situado em uma região remota numa floresta, há os pesadelos e a misteriosa doença que passam a assolar Laura (a narradora) após conhecer Carmilla, há o personagem espectral que some no ar e se transforma em um "animal grande e negro", há as clássicas mordidas que acontecem em meio a delírios que trazem dúvida sobre o que é realidade e o que é sonho; há, por fim, de modo sutil, o discurso de bem e mal, com o vampiro simbolizando as forças das trevas que precisam ser destruídas.
A narrativa é simples e direta, de modo que o texto parece uma novela curta dividida em pequenos capítulos. Não há floreios linguísticos nem adjetivação abundante ou qualquer outro recurso que eventualmente poderia ser utilizado para esticar a história e enrolar o leitor. Evitar excessos parece ter sido a intenção fundamental do autor ao escrever "Carmilla". E faz isso com louvor.
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